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Estás aquí:  Inicio >>  Opiniones >>  Esclarecendo equívocos: no Brasil, professores se formam na universidade
 
Esclarecendo equívocos: no Brasil, professores se formam na universidade
 

Tomado del Boletín APEESP de julio de 2007.

 

Há algum tempo percebemos que o Instituto Cervantes (IC) aparece, em diversos meios de difusão a ele relacionados, imbuído de funções que não são de sua alçada. Desde a parceria com o Governo do Estado de São Paulo para a implantação do projeto OYE,  hoje aparentemente extinto, o IC vem divulgando números claramente exagerados sobre a quantidade de professores necessários para a implementação da lei 11.161/05 no Brasil. Além disso, com aquele projeto de formação on-line de professores, intencionava assumir o papel de habilitador que, segundo a legislação brasileira, compete às universidades. No Brasil, nenhum instituto cultural, mesmo os mais prestigiosos, habilita professores.

Em dezembro de 2006, o Instituto Cervantes publicou em sua revista número 12 do ano II uma reportagem com o seguinte título: El Aula Virtual de Español formará a 45000 professores de español brasileños. Essa matéria foi publicada mesmo depois de todas as manifestações feitas pelas Universidades Estaduais Paulistas, por mais de 900 professores de espanhol que assinaram o Manifesto pela qualidade na implantação do ensino do espanhol na Rede Pública do Estado de São Paulo e por tantos outros meios, como o do site da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo que afirmava que o curso on-line não habilita professores. Parece que nada disso adiantou, pois publicam e espalham pelo mundo que habilitarão professores no Brasil.  

Em março de 2007, a APEESP mandou uma carta à diretoria do IC de São Paulo e de Madri pedindo explicações e retratação do texto publicado na referida revista, uma vez que contém inverdades e imprecisões. Até agora não recebemos nenhuma resposta, por isso, decidimos fazer pública a carta que tinha sido enviada por nós única e exclusivamente ao IC. A carta pode ser lida na íntegra abaixo. Além de não obtermos resposta, percebemos que a surdez continua, pois no site da Fundación Español Urgente, em matéria publicada em 7 de junho (http://www.fundeu.es/Noticias.aspx) o diretor do IC e patrono do Fundeu, César Antonio Molina, atribui claramente ao IC a possibilidade de habilitar professores no Brasil:

 

Molina subrayó el caso de Brasil, donde se buscan más de 220.000 profesores de castellano, lo que ha llevado al Instituto Cervantes a planear siete nuevos centros, además de los de Sao Paulo y Río de Janeiro, que serán inaugurados el día 17, con la presencia del príncipe Felipe, informó.

Los dos centros en funcionamiento en la actualidad en Brasil forman en conjunto a unos 8.000 profesores al año, lo que muestra el margen que queda hasta cubrir las necesidades de este país, observó el director del Cervantes.


Basta acompanhar as relações causais do texto para perceber a pretensão. No Brasil "se buscan" 220.000 professores, imaginamos que seja para exercer sua profissão. Isso "ha llevado" o IC a abrir novos centros. Os atuais "forman" 8.000 professores por ano, mas isso não é suficiente para "cubrir las necesidades de ese país". Quer dizer, não apenas o IC "cobre as necessidades" de formar professores, mas parece ser a única fonte de formação, já que de sua expansão depende completar "el margen que queda". Não apenas o IC parece ter se transformado em universidade, mas também é como se anunciasse ao mundo que não existem universidades no Brasil.

 

O IC ignora que no Brasil há Universidades, Faculdades, Centros Universitários, que são os que têm por direito e dever habilitar os professores, atividade que tem sido exercida desde muito tempo, antes mesmo da chegada do IC ao Brasil. Por outro lado, parece esquecer também que existe algo que se chama SOBERANIA NACIONAL. Os professores brasileiros de espanhol, ou de qualquer outra matéria, têm que ser habilitados por Universidades BRASILEIRAS conforme a legislação vigente.

 

Diretoria da APEESP

 

 

 

Carta enviada pela APEESP ao IC em março de 2007

 São Paulo, 27 de março de 2007.

 

Prezados Senhores:

Com relação à reportagem “El IC formará 45.000 profesores, El Aula Virtual de Español formará a 45000 profesores de español brasileños” publicada na revista do Instituto Cervantes de novembro/dezembro de 2006, a APEESP (Associação de Professores de Espanhol do Estado de São Paulo) manifesta sua surpresa e expressa aqui sua opinião.

Depois da sanção da lei que determina a obrigatoriedade do ensino da língua espanhola nas escolas brasileiras, não se sabe ainda a real quantidade de professores que seriam necessários para implementá-la. No entanto, nada justifica uma impensada decisão governamental de delegar a um instituto de idiomas a responsabilidade de formar professores. Por outro lado, nos parece lamentável que circule, dentro e fora de nosso país, por meio de uma revista dessa relevância, a imagem de um Brasil sem soberania, ingênuo o suficiente para entregar a formação de seus futuros professores a um curso on-line de somente 600 horas. Por isso, representando seus sócios, professores de espanhol do Estado de São Paulo, a APEESP esclarece que:

·                    As leis brasileiras exigem um mínimo de 2.800 horas presenciais para a licenciatura;

·                    Os únicos incumbidos de licenciar professores de espanhol no Brasil são as universidades públicas e privadas que existem no País;

·                    Embora haja um acordo entre o Instituto Cervantes e a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, as universidades públicas de fato não participam desse processo devido à clara e manifesta oposição de seus professores, expressada por inúmeros meios desde setembro de 2006, pelo menos 2 meses antes de que o IC difundisse, na publicação que mencionamos, sua suposta “participação”;

·                    A comunidade educativa brasileira já manifestou seu repúdio ao projeto Oye mediante os seguintes documentos, amplamente difundidos e conhecidos pelo IC de São Paulo: um manifesto público assinado por quase mil pessoas contando professores e estudantes, declarações da Associação Brasileira de Hispanistas, dos presidentes das associações de professores de espanhol do País todo reunidos em Cuiabá em 23 de setembro de 2006, declarações da Congregação da FFLCH-USP, e da Congregação do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, no último caso, declarando que “o embasamento científico do projeto é nulo”. Diante desse contexto, causa espanto a absoluta surdez do Instituto Cervantes perante a comunidade escolar e acadêmica com a qual se supõe deveria interagir como representação cultural estrangeira. 

·                    A própria Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, diante das pressões da comunidade, esclareceu publicamente em setembro de 2006 que o curso ministrado pelo Instituto Cervantes não habilita, por si mesmo, professores de espanhol; por isso resulta completamente fora de lugar que, meses depois, o IC continue dizendo ao mundo o contrário.

·                    As universidades públicas de São Paulo constituíram uma equipe de docentes que já está estudando a melhor maneira de: licenciar professores de espanhol em uma quantidade maior do que a atual, mas tratando de preservar a qualidade; e também oferecer cursos de aperfeiçoamento para professores ao longo dos anos que faltam para a implantação exigida pelo governo federal;

·                    No caso de que fosse aceita a habilitação de professores mediante cursos on-line como o oferecido pelo Instituto Cervantes, não presenciais e sem a devida preocupação com as orientações curriculares nacionais para o ensino de línguas estrangeiras, o mencionado Instituto contribuiria com a deterioração já existente na escola pública gratuita e com o aumento da distância entre os ensinos público e privado no Brasil, já que na escola pública, com certeza, ensinariam pseudo-professores (os improvisados por esse tipo de curso on-line) e na particular, os licenciados pelas universidades públicas e faculdades particulares do País;

 

Por tudo isso, a APEESP considera inaceitável a difusão feita na mencionada revista, e solicita ao Instituto Cervantes de São Paulo uma desmentida ou a possibilidade de uma réplica no mesmo meio.

No aguardo de sua resposta nos despedimos atentamente,

 

DIRETORIA DA APEESP

 
 
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