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Diante do projeto de "formação" à distância de professores de espanhol assinado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e pelo banco Santander Banespa, com a parceria do Instituto Cervantes de São Paulo e de universidades públicas do Estado de São Paulo, nós, membros da diretoria da Associação de Professores do Estado do Rio de Janeiro (APEERJ), queremos manifestar-nos. Nossa posição é contrária à referida proposta e declaramos nosso apoio aos professores das universidades públicas de São Paulo que explicitaram as suas críticas em carta enviada aos Reitores da USP, UNESP, UNICAMP e UFSCar e divulgada no dia 12 deste mês pela nova diretoria da Associação Brasileira de Hispanistas.
A meta final do referido projeto ( segundo o texto disponível em http://cenp.edunet.sp.gov.br/index.htm ) é que, no ano de 2010, 45.000 docentes estejam supostamente "capacitados" para o ensino da língua espanhola nas escolas públicas de ensino médio de São Paulo. O curso de 600 horas, inteiramente à distância, destinado a professores da Educação Básica II ( terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental e ensino médio ) que atuem na rede pública estadual em qualquer disciplina, será coordenado pelo Universia Brasil que facultará o acesso à plataforma de ensino através do seu portal . Da elaboração dos currículos, fica encarregado o Instituto Cervantes, enquanto as universidades limitam-se apenas a uma função mediadora do projeto que os professores dessas instituições , segundo a já mencionada carta , desconhecem.
Nosso posicionamento parte da necessidade imperiosa de alertarmos aos colegas professores , pais e alunos , quanto às conseqüências que a proposta mencionada pode trazer à formação e capacitação docente e discente e, mais amplamente , no entendimento da construção do conhecimento condizente com as demandas sociais e educativas da sociedade brasileira contemporânea . Defendemos que seja respeitada a legislação brasileira vigente que atribui às universidades a formação e capacitação de professores do Ensino Básico, em cursos de Licenciatura com uma carga horária mínima presencial de 2.800 horas em, no mínimo, 3 anos. Entendemos que os projetos que não cumpram essa exigência, seduzidos por resultados rápidos e numerosos , correm o risco de ir de encontro a uma história de construção do saber das instituições que, apesar das inúmeras dificuldades, zelam pela excelência das atividades de ensino e de pesquisa em nosso país.
Consideramos que a formação de professores de Língua Espanhola, tal como a de docentes de outros campos de atuação , não deve abrir mão da defesa da relevância social e cultural de conceber o ensino de língua como campo científico e investigativo responsável pelo reconhecimento da complexidade inerente ao trabalho do professor , cuja formação não pode, de modo algum , deixar de cumprir os níveis de exigência e qualidade conquistados por uma longa trajetória de trabalho. -- APEERJ Associação de Professores de Espanhol do Estado do Rio de Janeiro Participe! Telefone para contatos: (21) 9892-7911
Nova Diretoria (2006-2008): Aline Machado (Pedro II/Colégio Primus) Dayala Vargens (Aeronáutica/UERJ) Elda Firmo Braga (SEE) Flávia Severino (CRDE) Luciana Freitas (UFF) Talita Barreto (UERJ/PUC/FAETEC) Viviane C. Antunes Lima (SEE/UGF/CEI) |
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