A televisão foi inaugurada no Brasil em setembro de 1950 pelo magnata Assis
Chateaubriand. Diferentemente da televisão norte-americana, que se desenvolveu sob o
suporte da indústria cinematográfica, a televisão brasileira apoiou-se no rádio, utilizando
inicialmente sua estrutura, seu formato de programação, assim como seus técnicos e artistas. De sua parte, o cinema naquela década tentava mais uma vez seguir o modelo industrial hollywoodiano, com a inauguração da Companhia Vera Cruz, em 1949. Franco Zampari ou mesmo seu sócio Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccilo, que participaram desta empreitada eram homens fáusticos, empreendedores, portadores de uma postura ativista diante do mundo. Ser fáustico era muito adequado para o momento, afinal Zampari e Ciccilo foram vitoriosos em outros ramos, como a metalurgia, e ficaram ricos. Mas, a conjuntura política e econômica foi desfavorável para o cinema e fez com que as produtoras de cinema como um todo, e junto a Companhia Vera Cruz, enveredassem em mais uma crise (Simis, 1996, p.171-221). Na década seguinte, foi, sem dúvida a falta de uma parceria do cinema com a televisão, que manteve o cinema em altos e baixos, enquanto a televisão foi lentamente alçando vôo e se consolidando em grandes corporações empresariais.
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